segunda-feira, 21 de julho de 2014

Botucatu sedia festival internacional de Blues

Casa de espetáculos que coloca Botucatu na rota internacional de shows de blues promove evento com oito horas de som ao vivo, entre soul, blues e rock.



O Villa Blues Juketjoint realiza o Festival Villa 2 Anos, no próximo dia 2 de agosto, em Botucatu-SP. Entre as atrações estão Willie Walker, Gwyn Ashton e Nuno Mindelis. O evento, que promete oito horas de som ao vivo, será no Espaço Na Mata. Os ingressos já estão à venda.

Willie Walker - o Sobrevivente do Soul – como é conhecido nos EUA – começou a gravar em 1968 e nunca mais parou.  A música de Walker vem de um tempo diferente, um lugar diferente e um ponto de vista diferente. Ele é um dos poucos cantores da época que ainda está de pé e que ainda pode cantar. As circunstâncias que o cercam são bastante singulares “mas nada espetacular”, afirma. A parte mais espetacular é a voz dele, o veículo que o levou em todos os lugares, a partir de igrejas para Centros Comunitários de judeus, de Sam Phillips, Studio Fama, e de Memphis a Minneapolis e ao mundo.

Gwyn Ashton - O vocalista do Led Zeppelin, Robert Plant, disse que ele é o rei do feeling e do timbre. O tecladista do Deep Purple, Don Airey, disse que ele é um dos grandes heróis do blues. E o Johnny Winter disse que ele é alguém que realmente sabe como tocar blues de verdade. Gwyn Ashton é uma lend
a viva do blues rock e da guitarra. Ele tem uma sólida carreira, já tocou em todo o mundo e foi elogiado por verdadeiras lendas da música. Ainda assim, seu talento parece estar escondido – infelizmente, ele não é tão famoso quanto merece. Pelo menos não no Brasil.
Gwyn nasceu na Austrália e começou a tocar guitarra ainda cedo, quando tinha só 12 anos. Nos anos 60, formou sua primeira banda – ele tinha apenas 16 anos. Mais tarde, gravou dois discos e aí se mudou para a Inglaterra com a sua banda. Ele ainda mora lá e tem passado os últimos 20 anos se apresentando por todo o mundo, fazendo shows em festivais e tocando com grandes artistas, como a banda inglesa Wishbone Ash – incluindo um show histórico na Wembley Arena para mais de 10 mil pessoas.

Nuno Mindelis - Nascido em 7 de agosto de 1957 em Cabinda, Angola, Nuno Mindelis se apaixonou pela guitarra já aos cinco anos de idade. Aos nove, já estava tocando instrumentos construídos por ele próprio. Nessa época, já ouvia Otis Redding e sua grande banda, Booker T & the MG’s, composta por Steve Cropper, Donald “Duck” Dunn e Al Jackson. Nuno admira estes músicos até hoje, e reconhece-os como uma influência importante em seu estilo.

Em 1975, no Canadá, Nuno juntou-se a um primo mais velho para formar uma banda de blues, tocando em bares locais. Um ano depois, decidiu reunir-se novamente com sua família que havia escolhido um novo país para morar: o Brasil. Em 1990 ocorre o primeiro evento importante em sua carreira, quando lança seu primeiro disco solo, “Blues & Derivados”, que passa a ser tocado em rádios de São Paulo, além de receber amplos elogios da crítica. Em 1991 grava seu segundo disco, “Long Distance Blues” que Contou com a participação especial de Larry Mc Cray, ex guitarrista da banda de Gary Moore, e J.J. Milteau, o gaitista mais importante da França e um dos mais importantes da Europa. Este trabalho chamou a atenção da mídia nacional, colocando Nuno como um músico de porte que passou a integrar festivais de blues ao lado de nomes como Robert Cray, Otis Clay, Ronnie Earl, Lonnie Brooks e Bo Didley.

Em 1994, o reconhecimento internacional pela revista “Guitar Player” americana, destacando Nuno numa reportagem sobre o disco “Long Distance Blues. Nela, o então editor Jas Obrecht , uma das maiores autoridades de blues do mundo , compara Nuno a Jimmy Page. Outro destaque ocorre em maio de 1998, quando Mindelis é eleito o “Melhor Guitarrista de Blues” segundo o concurso mundial de aniversário de 30 anos da mesma revista. Em 1995 apresentou-se em Austin, Texas, na comemoração do Vigésimo Aniversário da lendária gravadora Antone’s, abrindo para nomes como Junior Wells e Guy Forsite. No mesmo evento, tocaram ainda Clarence Gatemouth Brown e Storyville, entre outros. As manchetes de jornais como “Austin Blues”, alertavam: “A Fera (beast) da América do Sul está chegando!” Ao final de 1995, Nuno gravou “Texas Bound” (gravadora Eldorado), tendo a seu lado seus novos amigos, Chris Layton e Tommy Shannon, integrantes da Double Trouble, banda de Stevie Ray Vaughan. Com esse disco, Nuno ganha platéias do mundo todo : do Brasil, dos EUA, e da Europa, onde realizou uma série de turnês bem sucedidas , sendo seu disco licenciado no velho continente pela especializada Taxim Records / Alemanha . O disco chegou a ser o décimo segundo em vendas na Bélgica , Holanda e Luxemburgo, dividindo espaço nas prateleiras do gênero com os maiores nomes do planeta nessa área, BB King, Robert Cray , Buddy Guy e outros.

Em 2003 Nuno lança “Blues On The Outside”, (Trama Music )de novo com a Double Trouble, e sai em turnê de lançamento com a dupla. Mais uma vez, amplamente elogiado pela mídia nacional e internacional. A primeira faixa do disco , The grass is greener, foi a mais tocada em todas as rádios de blues e blues -rock da Internet em 2003, numa auditoria (escuta 24 horas) da “Live 365.” A organização do Festival de Montreal ouviu este disco e em 2001 Nuno foi convidado a participar da edição do 25 aniversário do importantíssimo Montreal International Jazz Festival, bem como em Quebec , Ottawa e outras cidades . O convite repetiu-se em 2004 , com extensão para o Montremblant Blues Festival (e novas apresentações em Quebec , Ottawa ) após o lançamento do seu disco Twelve Hours , (beastmusic/Universal 2003) onde retomou o estilo agressivo , visceral e “ardido” de Texas Bound , deixado temporariamente de lado em Blues on the Outside. As críticas positivas a Twelve Hours foram tantas que é preferível mencionar apenas uma frase , que encerrava um artigo de uma revista canadense: “Será que o novo rei do Blues é domiciliado no Brasil?” (Andy Grieg, editor Realblues Magazine).
Entre 2005 e 2010 Nuno gravou um projeto inteiramente dedicado ao Brasil, e que é uma guinada em sua carreira, o álbum ” Outros Nunos”(beastmusic/Eldorado) . Nele, Nuno registrou oficialmente pela primeira vez o seu lado poético e literário, dando mais enfoque à composição e à poesia do que à guitarra, e fez parcerias com Zélia Duncan e Rappin’ Hood, acrescentando elementos novos ao seu blues orgânico. Psicodelia, Hip Hop, Eletrônica e até Samba entraram no caldo. O disco recebeu elogios como “Um presente à canção brasileira” (Revista Cult) , “Uma surpresa em larga escala”,(Carta Capital) ,”Um dos discos mais saborosos do ano ” (Estado de São Paulo) e entrou na lista de melhores do ano do crítico Pedro Alexandre Sanches.

Em 2010 grava Free Blues, uma tentativa de oxigenar o gênero aparentemente estagnado pelas mesmas fórmulas levadas à exaustão, na sua opinião. Nele flerta com elementos eletrônicos e gêneros contemporâneos se fundem com os clássicos do blues.O disco recebe críticas bastante positivas,Carol Borrington, da Blues Matters Magazine/Inglaterra escreve : “Neste disco você vai ouvir umas das melhores guitarras da atualidade”. Em 2013 grava novo disco com produção e participação de Duke Robillard e sua banda, e passa a ser contratado da própria gravadora de Duke Robillard,Duchess Blue-Shinning Stone Group, cujo sócio-proprietário é o blues expert e fundador da Radio Blues International, que transmite e tem ouvintes cadastrados em mais de 120 países.

Nuno é considerado pela crítica e fãs como o principal guitarrista de blues do país. Seus discos são tocados em rádios, bem como na televisão. Os fãs de Eric Clapton o descrevem de acordo com um muro pichado que dizia “Clapton is God”. No Brasil, o muro diz: “Mindelis – Brazil’s Guitar God!”.

Villa Blues - Acreditar que onde funciona um simples estacionamento durante os dias transforma-se em uma casa de shows que coloca a cidade de Botucatu, no interior do Estado de SP, no cenário mundial da música não é tão simples de acreditar. Em pouco menos de dois anos foram mais de 200 espetáculos, entre esses mais de 40 atrações de renome no circuito internacional do Blues, jazz e rockabilly.

Já se apresentaram no palco do Villa Blues artistas como Sugaray Rayford, Lurrie Bell, Wallace Coleman, Tail Dragger, Sax Gordon Beadle, Jr Watson, Omar Coleman, Michael Dotson, Donald Kinsey, JJ Jackson, Tia Carrol, John Primer, Lynwood Slym, Eric Sardinas, entre outros; entre as atrações nacionais destacam-se o gaitista Flávio Guimarães, Derico, Irmandade do Blues, Igor Prado Band, entre outros.

Além de funcionar em um estacionamento, o Villa Blues tem nas paredes guitarras emolduradas, fotos de artistas como Ray Charles e Aretha Franklin, uma decoração charmosa. Boa parte é construída e decorada com materiais de demolição, e tem ao fundo a projeção de vídeos em um telão adaptado na parede do vizinho. Tudo muito simples, rústico, o que proporciona um clima agradável e de aproximação entre artistas e públicos.

Serviço: Festival Internacional Villa Blues Jukejoint 2 anos
Data: 02 de agosto de 2014
Local: Espaço na Mata - Botucatu - SP.
Mais informações e reservas: (14) 9-9622-9666 e (14) 9-8170-8500.




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